QUALIDADE DO PEIXE PESCADO NA LAGOA DA PAMPULHA
André Luís,
Thiago Duque, Bernardo de Morais, Luciana Gonçalves, Beatriz Murari
6º ano D
O incômodo do mau cheiro é um problema,
mas outro, ainda pior e imperceptível, é a contaminação das águas e peixes por
metais pesados, derivados dos efluentes líquidos industriais. Além de prejudicar
o turismo e as atividades recreativas, a poluição compromete a segurança da
população, principalmente, em função da pesca de subsistência ainda praticada
no local.
Importante
Desde
Novembro de 2003, as amostras são coletadas, a cada três meses, na Lagoa e em
dois pontos do Ribeirão Pampulha. Os métodos de pesca escolhidos foram a rede
de emalhar, para estações de coleta de média profundidade, e tarrafas, para
áreas marginais e pouco profundas.
Logo após a captura os peixes são separados por espécie, aparelho de
pesca, estação de coleta, comprimento e peso. Descartada a pele, é feita a
filetação e a retirada das vísceras (brânquias, rim, fígado e baço). As
amostras são, então, pesadas, etiquetadas e os registros dos dados, copilados
em fichas padronizadas pelo laboratório de Ictologia e Ecotoxicologia do Setor
de Recursos da Água do Cetec.
Desfecho
Resultados preliminares apontam, sob o ponto de vista de saúde pública,
que os níveis estão acima dos limites de tolerância estabelecidos pela
legislação brasileira somente para o chumbo. Para o cádmio , as concentrações
mais elevadas ocorrem nas vísceras, que não fazem parte da dieta humana e ,
portanto, não representam risco.
PROLIFERAÇAO DE ALGAS
A poluição e o assoreamento estão longe de
ser o único problema vivido pelo complexo. Com a chegada do tempo seco,
aumentaram a concentração de esgoto e a proliferação de algas nas águas da
represa. O resultado é uma lagoa verde e um odor que beira o insuportável.
Motivo
De acordo com o engenheiro florestal do Programa de Recuperação e
Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam) Edmilson dos Santos, na
estação seca há uma piora nos níveis de poluição, devido à menor quantidade de
água. A combinação de excesso de esgoto, alta incidência solar e baixa
oxigenação das águas, é perfeita para a proliferação das algas. O quadro também
contribui para a mortandade de peixes.
Segundo Santos (Edmilson Santos), não há alternativa economicamente
viável para a retirada das algas da lagoa. A tendência é de que nos próximos
meses elas parem de se reproduzir. “Não tem muito o que fazer. Uma proposta
apresentada é a aplicação de ozônio, filtrando a água, mas ela ainda está em
estudo. O que temos feito são ações contínuas para eliminar o esgoto da lagoa,
mas ainda existe muita rede clandestina. Com as obras de saneamento em Contagem
e na margem esquerda da Pampulha, a tendência é de que a situação melhore no
ano que vem”, afirma
Mas nem mesmo o cheiro e a crosta
verde que escondia as águas afastaram pescadores da orla. Sidney Silva Rocha,
de 28, é um dos que não tiram o anzol da lagoa. Ele nem se importa com as
placas informando que a prática é proibida no local. Na quinta-feira, o dia foi
bom: ele pegou uma carpa de quase meio metro e já pensava em como prepará-la
para o janta, “ensopadinha”. Para pescar, foi preciso afundar as pernas nas
algas. “ Nesta época do ano, fica muita alga aqui, fede muito, mas não me
impede de pescar. Venho toda semana e encontro de tudo aqui : tilápia, carpa”,
afirma.
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